História das Máquinas Parte III

historia do vidroUse-Mak e Lisec narram quase 30 anos da evolução de equipamentos

 

Francisco Martucci
Use-Mak Francisco Martucci

Francisco Martucci, mais conhecido no setor como “Seu Chico”, teve seu primeiro contato com as máquinas para vidros há exatos 30 anos, quando entrou na Makivetro para fazer manutenção de máquinas. Em 1993 ele conta que fez um acordo com o Ezio Cabib (já abordado em reportagem em nossa edição número 93) e montou a Use-Mak.

A austríaca Lisec, por sua vez, na época atuava somente como um representante de vendas, tendo o escritório de vendas para a América Latina instalado em outro país.

As duas, cada uma a seu modo, tiveram um papel importante na história do desenvolvimento das máquinas e equipamentos para vidros no Brasil. Acompanhe.

A princípio a Use-Mak apenas prestava serviços de manutenção em máquinas. Em pouco tempo, entretanto, começou a desenvolver pequenas máquinas para vidros redondos, lapidação de cantos e cantos retos.

Com a prática, e a ajuda dos filhos César e Paulo, que logo entraram no negócio, a empresa passou a fazer novas máquinas cada vez mais sofisticadas. Foi então que desenvolveram dois produtos que impulsionaram o desenvolvimento da empresa: a LA 02, para fazer canto e redondo, e uma lavadeira horizontal que possuía todas as peças que entravam em contato com a água em aço inoxidável e a única com ar quente do mercado até então. Vendemos uma média de 50 máquinas LA por ano. Já a lavadora, que era mais sofisticada, vendemos duas ou três por mês.

Francisco lembra que a lavadora era considerada uma das melhores do mercado. “Era simples, mas funcionavam bem”, comenta.

Francisco comenta que atualmente a Use-Mak contabiliza mais de cinco mil máquinas vendidas ao mercado vidreiro. Somente em lavadoras estão chegando à marca de 800 comercializadas. A empresa exporta para a África, Bolívia, Paraguai e Argentina.

A Use-Mak, porém, nunca deixou de lado sua vocação para fazer manutenção de máquinas. Além de incorporar um serviço de pós-venda de seus equipamentos, a empresa continua fazendo até hoje manutenção e reforma de equipamentos.

Uma das novidades recentes da empresa é a importação de máquinas chinesas de fornecedores confiáveis. Tais equipamentos chegam ao Brasil e recebem uma completa restauração para adequá-los aos padrões nacionais. Algumas peças, inclusive, são fabricadas no CNC da empresa. “Com isso podemos dar um ano de garantia total a estes equipamentos, trata-se de uma alternativa de produção para continuarmos trabalhando, porque hoje não compensa produzir tudo aqui”, explica o empresário.

Uma das novidades recentes da empresa é a importação de máquinas chinesas de fornecedores confiáveis. Tais equipamentos chegam ao Brasil e recebem uma completa restauração para adequá-los aos padrões nacionais. Algumas peças, inclusive, são fabricadas no CNC da empresa. “Com isso podemos dar um ano de garantia total a estes equipamentos, trata-se de uma alternativa de produção para continuarmos trabalhando, porque hoje não compensa produzir tudo aqui”, explica o empresário.

A fábrica da Use-Mak já chegou a ter 106 funcionários. Ela está equipada com tudo o que é necessário para a produção de máquinas e equipamentos, inclusive centro de usinagem CNC para fabricação de peças e componentes. A empresa fabrica internamente também a parte externa do equipamento, em fibra de vidro.

Na opinião de Francisco as máquinas chinesas atrapalharam o mercado porque a maioria das que chegam de lá são baratas. “Nem todo mundo preza por qualidade para trazer as máquinas da China. Hoje nós trazemos também. Mas nós procuramos uma firma idônea, que prezamos e que somos capazes de operar”, comenta.

A Use-Mak está instalada em uma sede em Diadema (SP) dotada de 5.600 m² em sede própria. Francisco destaca que são capazes de produzir linhas completas de laminação e, se quiser, máquinas com corte de jato de água.

Sobre o mercado atual, Francisco demonstra pessimismo. Ele defende: “Vejo o mercado péssimo, têmperas dispensando funcionários e, pelo que disseram, será um ano em que vamos crescer meio por cento. Estamos encolhendo um pouco a fabricação e trazendo máquinas importadas para modificarmos e revendermos. Porque hoje não compensa fabricar nada aqui. O custo é muito alto”, explica.


 

Luiz Carlos Garcia
Lisec Luiz Carlos Garcia

É líder no mercado de equipamentos para produção de vidros planos. Foi fundada por Peter Lisec, há mais de 50 anos como processadora de vidros. Peter era uma pessoa visionária e à frente de seu tempo. Para maximizar seu trabalho ele começou a criar máquinas que ajudavam no processamento de vidros. Estas máquinas fizeram sucesso, inicialmente entre amigos e mais tarde por toda Áustria, e depois por países vizinhos. Assim começou o segmento de máquinas da Lisec.

Hoje o grande negócio da Lisec são os equipamentos para beneficiamento do vidro plano, responsável por um faturamento anual de mais de 200 milhões de euros por ano e presença em todo o mundo.

A Lisec atua no Brasil há mais de 15 anos, contudo, não tinha um escritório destinado ao Brasil. A empresa reavaliou esta situação em 2010 e em 2011 decidiu fazer um escritório que atenderia a América Latina, centralizado no Brasil. Em 2011 foi lançada a Lisec Sudamerica, na região de Campinas (interior paulista), para atender toda a América Latina, não só com vendas, mas também com a área técnica, com instalação e manutenção, treinamento, startup, área de sobressalentes e na área de softwares de controle da produção, pedidos e para gerenciamento de toda a fábrica.

Outra mudança recente na atuação da Lisec no Brasil aconteceu na última Glass South America, em 2014. A empresa lançou a linha Baseline, para mercados emergentes. Trata-se de produtos voltados para quem está montando uma linha de transformação pela primeira vez e quer contar com a marca Lisec, mesmo que seja em produtos mais básicos de menor preço que os demais que compõem as linhas da companhia.

Sobre a chegada de empresas chinesas ao Brasil nos últimos anos, Luiz Carlos Garcia, diretor comercial da empresa explica que existem dois lados desta questão que englobam as circunstâncias. Ele defende: “A primeira parte desta resposta é de que existem empresas boas e ruins, na China ou em qualquer lugar. Obviamente existe uma pressão por custos vinda de todas as frentes. Eu não julgo ser benéfico nem maléfico, acho que faz parte de um mercado livre e abeto o cliente ter opção de avaliar todas as suas opções. Cabe a ele verificar a qualidade e o custo-benefício. Se este for bom para o cliente, não consigo ver malefício para o mercado, faz parte. E isso faz com que a Lisec esteja sempre atenta ao que o mercado e os concorrentes estão fazendo, para fazermos sempre o melhor e atingirmos o melhor custo-benefício para nossos clientes”.

A Lisec no Brasil é bastante conhecida por sua área de vidros duplos ou insulados, porém, a empresa possui a estratégia de atender toda a gama da indústria vidreira. Oferece, portanto, mesas de corte de qualquer tamanho com vários tipos de tecnologia, centros de usinagem, linha filetadora, linhas de laminação, autoclave de baixa pressão, máquinas de jato de água vertical, enfim, uma gama completa de equipamentos.

Luiz acredita que o segmento vidreiro é forte e está em expansão, com crescimento maior que outras áreas. Ele defende: “Hoje passamos por algumas incertezas em nosso país, mas posso garantir que estes danos que têm afetado o mercado vidreiro é menor que o que tem atingido outros segmentos do País. Vejo potencial muito grande neste segmento. No Brasil falta infraestrutura de toda maneira. Faltam estradas, aeroportos, edifícios comerciais, moradias em todo o Brasil. E isso vai trazer muita demanda para nosso setor. Continuo então otimista para o segmento vidreiro”.

Para assistir ao vídeo destas reportagens acesse a VidroTV:
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