Insegurança aumenta números de carros blindados no Brasil

Setor vidreiro aproveita momento para investir, já que os vidros representam 25% do valor da blindagem do veículo

blindado8A blindagem mais praticada no mercado é a de nível III-A, que suporta tiros de submetralhadoras 9 mm e revólveres Magnum 44

Dados da polícia divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo revelam que o número de veículos roubados em dezembro foi o maior em 12 anos. O crescimento da violência vem acompanhado pelo aumento da blindagem automotiva e, como consequência, pelo consumo de vidros blindados. O levantamento feito pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) revela que, somente no primeiro semestre de 2013, 4.769 carros foram blindados no país.

A blindagem vem ganhando cada vez mais espaço perante os brasileiros, conforme explica Edson Akio, engenheiro especialista em vidros blindados da empresa Terra de Santa Cruz: “Este mercado vem de uma aceitação tímida, em seguida veio crescendo e hoje podemos dizer que é um mercado promissor, duradouro e com tendência a um crescimento sustentável”. De acordo com o engenheiro, o ano de 1999 representou um crescimento importante para o setor, que desde então, vem tendo um aumento de 4 a 5% ao ano.

carroblind“Tivemos uma queda em 2009, por consequência da retração normal do mercado, que foi sendo recuperada lentamente, e, em 2013, o mercado superou todas as expectativas”, conta Akio.

A Terra de Santa Cruz está no mercado há 28 anos, e desde agosto de 2001 produz vidros blindados. Hoje, blindadoras de quase todos os Estados brasileiros utilizam o vidro tsafety-car, produzido pela empresa, sendo que 80% da produção é destinada para o Estado de São Paulo.

Para começar a produzir os vidros blindados, a empresa precisou do Título de Registro, emitido pelo Exército Brasileiro. O registro tem validade de um ano e, após esse período, o Exército faz uma nova avaliação na fábrica para verificar se as exigências estão sendo cumpridas.

Os vidros blindados devem atender às normas NBR 15000 e NBR 16218, referentes à resistência balística e ensaios, e passar por testes frequentes. “Nossa empresa faz testes em túneis nas mais conceituadas empresas brasileiras e no exterior, conforme estabelecemos em procedimentos da norma ISO 9000. Nosso túnel está em fase final de instalação, e assim, os testes passarão a ser feitos em nossa sede”, explica o engenheiro Edson Akio.
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carroblndoVale ressaltar que todas as empresas que comercializam materiais balísticos precisam ter o Certificado de Registro junto ao Exército Brasileiro. Além disso, as empresas que queiram fabricar produtos balísticos devem submeter um corpo de prova ao teste na Ilha de Marambaia. Após o teste, o Exército emite um Relatório Técnico Experimental (ReTEx) dizendo se o material foi ou não aprovado. As fabricantes só podem vender os produtos para as blindadoras registradas, e elas só podem usar materiais que tenham ReTEx.

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1828828Preços da Blindagem

Existem dezenas de blindadoras no país, e é possível encontrar ofertas de preços variadas. Porém, o preço não é o único ponto a ser considerado no momento de escolher a blindadora que executará o serviço. Até porque o custo da blindagem varia de acordo com diversos fatores.

O valor de uma blindagem confiável para um carro de porte médio gira em torno de R$ 55.000,00, sendo que 25% desse valor representam os custos com os vidros.
Alguns fatores devem ser considerados na hora de pesquisar preços para a blindagem de automóveis. O primeiro deles é o nível da blindagem. A proteção do nível I, que resiste a tiros de calibre 38, tem um custo mais baixo do que uma do nível III-A, por exemplo, que resiste a disparos até de Magnum 44.

Outro item importante é o tipo de material usado na blindagem. Uma blindagem que utiliza mais aço tende a ser mais barata do que uma produzida com mantas de aramida, porém,z o aço deixa o carro mais pesado, e pode interferir no desempenho do veículo, além de consumir mais combustível. Em relação aos vidros, segue a mesma dica.

O engenheiro Edson Akio explica que, no caso dos vidros blindados para automóveis, a Terra de Santa Cruz preza pela leveza do material “Nem sempre a espessura tem a ver com o nível balístico”, afirma Akio. É possível produzir um vidro de menor espessura, mas com tecnologia suficiente para garantir uma boa proteção balística. Para isso, é preciso agregar materiais químicos ao vidro para fazer diferentes composições e garantir a segurança do material.

2828282Blindagem no Brasil

A pesquisa feita em 2013 pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin) revela que o setor segue crescente no país. De acordo com o levantamento feito entre as 31 blindadoras afiliadas a Abrablin, no primeiro semestre de 2013 foram blindados 4.769 veículos, um aumento de 11,55% em comparação ao mesmo período de 2012.

A blindagem mais praticada no mercado é a de nível III-A, que suporta tiros de submetralhadoras 9 mm e revólveres Magnum 44. “O III-A é o mais adequado à atual realidade enfrentada nos grandes centros, pois garante proteção contra as maiores ameaças de armas curtas de fogo em mãos da criminalidade”, afirma Laudenir Bracciali, presidente da Abrablin.
A sensação de insegurança segue sendo o fator determinante das pessoas na busca por esse tipo de proteção. Mas a novidade que a pesquisa revela é a participação dos Estados do Norte no ranking da produção da blindagem.
Além da violência, os empresários do setor atribuem o crescimento do setor ao fator econômico. Pois, o poder aquisitivo dos brasileiros aumentou, mas o preço da blindagem se manteve estável, trazendo assim mais carros para os pátios das blindadoras.

Grande parte dos clientes que procuram por esse serviço é formada por executivos e empresários, sendo que 42,5% são mulheres. “A participação maciça das mulheres se dá pelo fato de estarem cada ano mais inseridas no mercado de trabalho, passando grande parte do dia fora do lar. E, como se sabe, são as vítimas preferidas da criminalidade. A blindagem surge, então, como necessidade de proteção”, explica Bracciali.

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