Com essa vitória surpreendente, vidros colados tornam-se tendência mundial
Logo após a realização da Feira do Móvel de Milão, em junho deste ano, foram anunciados os vencedores do I Salone del Mobile Milano Award – premiação que, segundo os organizadores, é um “reconhecimento ao valor das ideias, da criatividade, da inovação e da tecnologia”. E dentre os grandes vencedores, um fato comum que aponta uma tendência mundial: a utilização do vidro como matéria-prima.
A marca Glasitalia levou o prêmio de “Melhor Produto” da categoria Mobiliário, com o bu et Commodore, assinado por Piero Lissoni. Justifi cativa do júri: “Soube interpretar, de acordo com a sensibilidade contemporânea, móveis que evocam o passado, utilizando materiais tradicionais como o vidro, demonstrando que a criatividade não tem fim”.
O Prêmio Especial do júri foi para Cristina Celestino, com a criação Opalina para a marca Tonelli: “Por sua capacidade de estar entre os jovens e experientes designers, seguindo a linha da experimentação e combinando temas como fragilidade e delicadeza, expressos num projeto inteligente que destaca o casamento do alto artesanato com a indústria”.
Tendência evidente
A designer Silvia Grilli, especializada em design de móveis e grande entusiasta da utilização do vidro no mobiliário, afi rma: “É muito interessante observar este resultado. A comissão julgadora percebeu o alto grau de inovação embutido nos produtos premiados, que exibem colagens e lapidações perfeitas. A combinação do vidro com outros materiais é uma tendência que começa a se consolidar no mercado internacional e logo chegará ao Brasil. Eu espero ansiosamente pela oportunidade de desenvolver muitas outras peças de mobiliário com vidro, contando com a parceria das indústrias transformadoras que ainda não despertaram para o potencial do nosso mercado”.
Recado ao setor
Silvia foi palestrante convidada no Encontro de Temperadores de Vidro, organizada pela Revista Tecnologia & Vidro, e já prestou assessoria na criação de novos produtos com utilização de vidros no mercado. Em sua palestra durante o encontro, enfatizou os pontos fortes do material – como brilho, durabilidade, versatilidade e requinte. Destacou, entretanto, o enorme abismo que existe entre os transformadores e os fabricantes de móveis. Enfatizou que os primeiros encaram o produto como uma commodity, pensando apenas na venda em quantidade. Já o setor de móveis procura soluções integradas, pensando no material como produto que complemente suas criações.
