AQUILO QUE NÃO SE MEDE, NÃO SE GERENCIA!

Por Reginaldo Moreira e Paschoal Tadeu Russo *

Para cortar gastos com eficiência e sem prejudicar os ganhos é preciso utilizar ferramentas adequadas de gestão

Números divulgados no mercado apontam para sucessivas quedas de faturamento das empresas transformadoras de vidro desde 2014. Apesar de esforços para o aumento da eficiência, parte expressiva das empresas ainda não voltou aos lucros. O que se percebe é que não basta somente cortar gastos, mas saber onde, o quanto e como fazer esses cortes, para manter o negócio produtivo. E, mais importante que isso, mantê-los pelo período adequado.

Para ser bem-sucedido nesse processo é preciso saber que aquilo que não se mede, não se gerencia. Nesse sentido, utilizar metodologias práticas, que ajudam a identificar os processos produtivos e administrativos que geram ou destroem valor, é fundamental. Mas, nem sempre temos disponibilidade dessa informação. Outras vezes, a informação disponível não é, de fato, a relevante para a tomada de decisão.

Ser capaz de identificar falhas nos processos produtivos, além de reduzir as perdas imediatas, também auxilia na eliminação de  gargalos, que são os responsáveis pelos desequilíbrios nos processos de produção, levam a formação de estoques intermediários, ociosidades (de equipamentos e de pessoas), além de impactos diretos nos prazos de entrega dos produtos e serviços. Em nossa experiência, as perdas por falta de controle adequado representam até 5% do faturamento bruto no segmento do vidro plano, além das perdas qualitativas, tal como a satisfação do cliente.

Conjugar uma abordagem que consiga atuar simultaneamente na dimensão de processos (identificando gargalos), auxiliando na identificação e monitoramento das falhas, e com foco no reflexo econômico-financeiro, é uma necessidade das organizações do vidro plano. O desenvolvimento de ferramentas de gestão por meio indicadores (dashboards e painéis de indicadores) necessita de conhecimentos advindos de especialistas em processos produtivos de vidros planos e em gestão de processos econômico-financeiros, com o objetivo de identificar, de forma simples e objetiva, onde ocorrem as perdas e apontar as soluções mais indicadas.

Tecnologias de informação que se valem de bases de dados e promovem a sua integração, gerando informação útil estão disponíveis, atualmente, e podem ser classificadas como ferramentas de BI (Business Inteligence). Entre elas, as soluções da Microsoft, Tableau e Qlik, são consideradas as mais avançadas (Gartner Group).

Entretanto, é necessário ser assertivo sobre quais dados devem ser utilizados, como integrá-los e disponibilizá-los em forma de informação útil. Esse é um desafio importante a ser vencido pelas organizações do vidro plano e que pode significar um diferencial competitivo significativo. T&V

*Eng. Reginaldo Moreira participou da instalação do primeiro forno horizontal de têmpera no Brasil. Formado em Engenharia pela UMC, com especialização em Administração e Gestão de Negócios pela FGV, FEI e pela Business School de Londres. Atua na área do vidro há 24 anos, em empresas nacionais e internacionais.
Dr. Paschoal Tadeu Russo participou como consultor da reestruturação de diversas empresas do setor de vidro, atua como consultor de gestão de custos e finanças . Doutor em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP, Mestre em Ciências Contábeis pela FECAP, Especialista em Finanças (FIA) e Engenheiro Mecânico (FEI).
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