FIXAÇÃO DE GUARDA-CORPOS

Nesta quarta reportagem abordando o tema ancoragem, o time de especialistas que reunimos — formado pelo arquiteto e gestor comercial da Hartbau, Carlos Aldiran; pelo engenheiro calculista e diretor da RCM Estruturas Metálicas, Raimundo Calixto; e pelo consultor de esquadrias e diretor da Refilar, Rivônio Cordeiro — abordam algumas questões técnicas sobre aplicação de pontaletes/pirulito.

ANCORAGEM COM CHUMBADORES

O editor desta revista nos passou o comentário abaixo, que chegou à redação: “Na instalação de guarda-corpos, a base de fixação (pontaletes/ pirulito) deve ser fixada a 80 mm no concreto com chumbadores químicos — e não no tijolo, massa de regularização ou blocos, como muitos vidraceiros fazem.

O assunto do sistema de fixação dos pontaletes/pirulitos é amplo e existem diversos tipos de fixadores que podem atender às cargas e ao esforço previstos pelo projeto do guarda-corpo ou muro de vidro, por exemplo. Existem chumbadores de inox, mecânicos especiais de expansão por torque (que resiste cargas máximas de 1.400 kg em concretos de 20 Mpa). No caso, esse modelo de  chumbador consegue ter resistência semelhante à do chumbador químico, lembrando que a maior variável de resistência de ancoragem dos chumbadores é o comprimento do chumbador ancorado no concreto correlacionado com a dureza do concreto.

Na regra é também previsto — nas normas NBR 14918, 14827 e 16137 — que os chumbadores devem ser instalados com distâncias mínimas de duas vezes o comprimento do chumbador ancorado no concreto, já o comprimento do chumbador no concreto é relativo à necessidade de resistência de ancoragem do chumbador, que também é variável com a resistência do concreto  utilizado no local. Como exemplo, se temos um concreto de 30 Mpa, um determinado projeto requisita um chumbador de 80 mm; já com o concreto de 20 Mpa para o mesmo projeto, utilizaria um chumbador de 120 mm. Tudo é questão de análise de projeto das cargas de resistência do produto correlacionado com as resistências do concreto onde será instalado com o produto”.

AVALIAÇÃO

Em nossa avaliação, a frase está certa — quanto maior a resistência do concreto, maior o poder de adesão ao chumbador químico, imaginando 13 Mpa como se fosse a laje comum feita por pedreiro.

Realmente o cone de tensão do chumbador varia de acordo com o tipo para o chumbador mecânico. Pode ser considerado um cone de tensão onde a base é duas vezes o embutimento.

A ressalva é que para o chumbador químico existem estudos que mencionam que o cone é bem menor, porque o produto químico é colado em todo o parafuso; daí a importância de se aplicar corretamente o adesivo químico, preenchendo todo o furo.

Ressaltamos que a profundidade (embutimento) varia de acordo com a carga de tração, mas o sentido do parafuso do guarda-corpo é a força cortante, que é altíssima. “O embutimento, sem dúvida alguma, não pode estar próximo à borda. O mínimo do mínimo de distância é o comprimento do embutimento, vide nossa matéria anterior, no desenho do cone de tensão.

É importante a quem vai instalar guarda-corpos consultar que carga ele vai ter de pressão; ou seja, qual será essa carga para apoio de pessoas. Todo fabricante de chumbador químico tem uma tabela que orienta sobre a carga que esse produto resiste — mas, como abordamos na nossa reportagem anterior, o embutimento é calculado para o concreto. Já o emboço, a cerâmica e tudo o que vai acima do concreto não contabiliza para o cálculo do chumbador.

O fator motivador para a revista Tecnologia e Vidro ter tocado nesse assunto em suas edições anteriores é que é um ponto fundamental que a norma determina, de que é para embutir 100 mm, ou 10 cm, mas falta ainda muita informação — se o chumbador é químico ou mecânico, qual é a resistência do concreto, qual é a carga etc.

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