O preço dos vidros

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O que vale mais nas vidraçarias: o vidro mais beneficiado ou o vidro que tem menos saída?

Um dos compromissos da revista Tecnologia & Vidro é levantar pautas que merecem ser debatidas e refletidas por nossos leitores e parceiros. Acreditamos que com esta prática, colaboramos para o aprimoramento do setor do vidro. Pensando nisso, demos início a uma enquete para comprovar ou contestar uma teoria que existe no mercado. Trata-se da teoria que diz que vidros mais beneficiados tendem a custar mais barato do que vidro mais simples por causa da alta demanda.

Iniciamos nosso trabalho de campo no dia 12 de fevereiro, quando começamos a enviar e-mails para vidraçarias de todo o país solicitando orçamento com os seguintes pedidos:

  • Tampo de mesa com 8 mm de espessura, de 1.600 mm X 700 mm. Vidro comum transparente, com borda lapidada (lapidação reta).
  • Vidro aramado 3/4 mm no tamanho, 1.500 mm X 800 mm.

Numa busca pela internet, localizamos os sites de vidraçarias e entramos em contato pelo e-mail indicado na página eletrônica da empresa. Foram disparados 25 e-mails com a solicitação de orçamento. Entretanto, não contávamos com a dificuldade de retorno: apenas oito nos responderam (o último retorno aconteceu no dia 20 de fevereiro, ou seja, oito dias após o contato). Outros cinco e-mails “voltaram”, porque provavelmente o endereço não existe mais ou a caixa postal estava lotada. Sobraram, portanto, 12 vidraçarias que não deram qualquer retorno.

Após esta primeira fase da enquete, entramos em contato novamente com as empresas que nos responderam (oito ao todo), no dia 25 de fevereiro, e desta vez, enviamos o seguinte pedido de orçamento:

  • Peça de vidro temperado com espessura de 8 mm, transparente, tamanho 1.600 mm x 700 mm .
  • Peça de vidro laminado 2 + 2 mm, transparente, no tamanho 1.500 mm x 800 mm.

A partir do novo contato, apenas seis vidraçarias (do total de oito) nos responderam, até o dia 2 de março (cinco dias após o contato).

O objetivo era identificar se, na prática, os vidros comuns seriam mais baratos do que os temperados e se os vidros aramados mais baratos do que os laminados, como seria natural, uma vez que exigem uma etapa adicional de beneficiamento em caríssimos equipamentos.

Curiosamente a teoria se confirmou em alguns casos. Como pode ser observado na tabela acima, o vidro temperado foi oferecido por três vidraçarias a preço inferior ao vidro comum com lapidação reta. O efeito da concorrência predatória sobre os preços dos fornecedores é a única explicação para esse fenômeno.

Duas empresas consultadas já passaram o preço do vidro temperado diretamente ao pedido de comuns lapidados, indicando que, para essa vidraçaria, os custos dos fornecedores seriam os mesmos.

Nesse caso surge uma pergunta: se o preço é igual, por que algumas empresas moveleiras insistem em produzir tampos com vidros comuns? Será desconhecimento desse fato? Seria um área que o temperador deveria investir, fornecendo essa informação a esse ramo?

No caso da comparação do vidro aramado com o vidro laminado verificou-se que o aramado, que não exige beneficiamento, tinha preço superior em dois orçamentos de vidraçarias.

Chamou a atenção também o fato de que a diferença de preços entre as vidraçarias consultadas é enorme. A peça de vidro comum consultada, por exemplo, varia de R$ 126,00 em Pernambuco a até R$ 400,00 no Rio Grande do Sul. O vidro laminado varia de R$ 284,00 (Pernambuco) a R$ 810,00 em Brasília. O preço do vidro temperado varia de R$ 130,00 em São Paulo a R$ 336,00 no Rio Grande do Sul. Por fim, o vidro aramado varia de R$ 297,00 (Pernambuco) a R$ 540,00 em Mato Grosso. Mais uma vez a concorrência predatória pode ser a explicação, porém, não é a única, pois não avaliamos o poder aquisitivo dos públicos das vidraçarias consultadas.

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